terça-feira, 8 de janeiro de 2008

o lugar (quase) seguro..

Um tanto confuso como eu, com olhar de um menino que escolhe suas batalhas, desarruma os brinquedos. Pede silêncio e mistura-se na confusão…!Aquele que nunca quer ficar por dentro porque é seguro, e lá fora é a vida, o perigo, mesmo que difícil.
Que parece gostar de riscos, e calcula todos.
Mesmo que tudo não passe de uma protecção e de um desejo enorme de calar o mundo, sempre que estala o coração.
Afinal isso também acontece a quem não chora!
Pequeno e Grande ao mesmo tempo.
Capaz de pequenos gestos, com intençoes nobres, e o contrário só para não se expor.
É a capacidade de nos surpreender a cada passo, pelo bem e pelo mal, e principalmente pelo fingimento. Não acredito que o mal, neste caso, seja intencional, e ele acredita comigo mesmo quando as suas acções o contrariam.
A capacidade de ser, quando ninguém consegue, o lugar seguro!
De iludir e cativar...
De fingir que não o afecta e de nos convencer que essa é a verdade.
Sabem, quando se erra é mais fácil, não temos de justificar, assumem que não faremos nada de jeito ou de importante com a vida, não temos de fazer batota e tentar!
Basta ser o que somos, e esperar que aceitem.
Ele…. É quem desvia o olhar, procurando-o, pois nem tudo que importa pode ser visto!
Quem foge para se encontrar, mesmo que perdendo qualquer coisa!
É ainda olhar de menino, quando é um homem. E homem nesse olhar tão frágil que tenta ocultar.
É também o que se deixa ver de vez enquando, nas mais pequenas coisas, no mais imperceptível detalhe…no silêncio que ambos parecemos apreciar!
O diferente tão igual, que nos faz bater a porta bem de força, e abri-la a seguir para que entre.
O que intriga, e torna as coisas obvias...
O que me faz atenta, calculista...levando-me a questinar mil vezes:«onde já vi isto»?
Me faz sentir bem e mal por coisas disparatas.
O meu sim, e o meu nao...quando ele é sempre um talvez....
O Peter Pan dos dias de hoje, e aquele que queremos proteger, quando nos faz mal.
É pela primeira vez na vida, conseguirmos perceber que muita coisa está errada, muita coisa pode ser inaceitável, e no entanto deixarmo-nos levar.
Eu já vi, muitas das «coisas» ( das muitas coisas), que o sobressaltam, que o incomodam, que fazem perder o sono. Eu já vi como ele seria capaz de mudar o mundo, mesmo que ninguém o veja.
Já o vi a lutar pelos interesses dos outros, que não conseguem e dos que não admitem e ao mesmo tempo lutar pelos dele.
Já vi preocupação e indiferença, nos momentos certos e nos errados, e tantas vezes me fez rir ou chorar ( por ele, com ele, a pensar nele)…
vejo-te pelo que ouves, pelo que te fere o olhar, pelas coisas que não dizes( ainda mais do que pelo dizes), por tudo o que negas, pelas respostas pouco definitivas, pela confusão disfarçada de segurança, como pelo medo disfarçado de idiotice.
Pelas coisas tão tuas, que serão sempre só tuas, e pelo que te parece justo partilhar.
Semi-deus…(ainda que não o creias), ainda que me arrependa…!
Ainda que tu não te vejas como eu…e eu te veja mais por tudo aquilo que não és!
Mas sendo-o comigo!